sinopse ?
Um Secador de Cabelos gigante invade a Cidade e devasta tudo e todos. paisagens derrubadas pelo secador comedor de gente.
Céus! será o fim do Mundo? pessoas dormem de olhos sujos.
e então escorre molho de tomate por tudo. o liquidificador derrama sangue. alguém perde seus pêlos pubianos.
o sabão escorre sujo de vermelho pelas ruas e desaparece uma cidade enquanto vozes gritam fervorosas.
o sabão escorre sujo de vermelho pelas ruas e desaparece uma cidade enquanto vozes gritam fervorosas.
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
tema 3
"A menina enfiava as mãos entre as pernas, apertava os seios entre os braços e de olhos para o chão sorria, um riso que só o horizonte conseguia arrancar."
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
terça-feira, 23 de agosto de 2011
sábado, 20 de agosto de 2011
terça-feira, 2 de agosto de 2011
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
O Cristal Suicida
A dor invadiu meus músculos, meus cabelos, eriçou minha pele. Jantou meu ar de manhã clara e a cerejeira azul royal de dias tristes, idos vencidos ... Sou branca, sou dor, sou nuvem, sou nada. Talvez o céu azul e a incógnita de verde ar. Estou tremendo e estou à flor da pele. Sou febril e estou pulsando.
Meus músculos doem, minha cabeça já não pensa e meus órgãos não existem. Sou um palpitar de esperanças findas, loucas, sensitivas e sensuais. Elas estão no abismo, num rapel sem volta, sob uma pedra escorrega no ar. Estou no fim do poço azul, no lago lodo cristalino do céu da manhã.
Estou no fundo do lago, no espelho invertido de cristal. Observo o céu azul distante de meu olhar. Meu coração quer parar de bater. Um inseto está zumbindo, louco a dar voltas, pelo jardim seco que cerca a água completa de desilusão.
Sou triste e me sinto árvore. Não tenho raízes e estou prestes a ser esmagada, cortada, arrancada. Estou dilacerada. Do fundo do lago, do abismo, de minha boca, saem bolhas de silêncio. Em meus olhos, o crepitar se cala, o espaço umedece e o fogo de minha pele se extingue.
Estou sozinha. A madeira em mim se quebra. Ouço um zumbido. Estou cansada.
Meus ossos partidos riem do músculo frágil, da alma escassa e de meu órgão, que não quer palpitar. Agora, sou invertebrada. Sou volúpia, sangue e nada. Meu corpo dói e meu coração não existe, não pulsa. Melhor assim. Proteção. Sangrar sem dor e sem amor.
O zumbido que não para, penetra em meus ouvidos e em minhas entranhas... Estou sozinha, estou cansada e há um inseto.
Minhas asas estão grudadas, estou no fundo do lago lodo poço. Tento respirar e encontrar a superfície, tento encontrar uma saída. A luz clara está acima, a película transparente de azul claro, ainda está distante. O calor aperta, minha febre sobe.
Quero um último suspiro, mas o zumbido... O último suspiro deve ser como um zumbido retilíneo, baixo, uniforme e prolongado... Deve ser como um inseto doente. Estou cansada, estou sozinha.
O quadro de água de cristal se reflete em meus olhos secos, fixos, duros e está impregnado em meu espírito marejado de suor. Eu tento sair, mas o percurso é longo e parece que não se completa, se dilata e perdura no tempo... Vejo o céu, a cerejeira e o inseto a dar voltas. Ouço o barulho, sinto a febre.
Quero desistir, mas ele ainda pulsa. O órgão.
Num inesperado impulso líquido, involuntário, rápido e inverossímil, de corpo desfigurado e alma sem desenho, nado; largo as asas de anjo mutilado e chego à superfície, chego ao quadro de cristal. Estou sem ar, respiro. Outra vez e sempre.
Por que volto? Por quê? Deixem-me em paz de lagartixa fria, seca e transparente. O instinto não me deixa ir. Gostaria de poder parar. Isso dói. Mas tenho que continuar pulsando para me dilacerar outra vez.
Meu corpo invertebrado, molhado, como lei de Sísifo, outra vez, repleto de lodo, de sangue fria, de repteis dilacerados, de garças comidas,de algas sem vida e gravetos queimados, respira novamente o ar que machuca. Sente a dor louca, o impulso da árvore partida, os músculos soltos, os ossos quebrados e a alma sem destino.
Respiro com dificuldade. Estou arfando, deitada e empalhada, cheia de sapos ao meu redor. Vomito insetos na floresta seca, ao lado do lago lodo fundo, onde não me afoguei. Há muitos besouros e me sinto invertebrada. Meu corpo não se mexe. Pulsa, mas não continua.
Prendo a respiração. Sinto que sufoco. Então o silêncio que digere as mágoas e deixa os insetos morrerem de fome, começa a produzir um zumbido retilíneo, baixo e uniforme. Meus poros queimam e as plantas carnívoras começam a abrir-se para si mesmas.
Dessa forma, os dentes e as bocas digerem a madeira de meus órgãos, o corpo se inflama, pára. A floresta queima, a água seca, os ossos derretem e o cristal se liquefaz.
Há um zumbido...
por Nathalia Lorda
Meus músculos doem, minha cabeça já não pensa e meus órgãos não existem. Sou um palpitar de esperanças findas, loucas, sensitivas e sensuais. Elas estão no abismo, num rapel sem volta, sob uma pedra escorrega no ar. Estou no fim do poço azul, no lago lodo cristalino do céu da manhã.
Estou no fundo do lago, no espelho invertido de cristal. Observo o céu azul distante de meu olhar. Meu coração quer parar de bater. Um inseto está zumbindo, louco a dar voltas, pelo jardim seco que cerca a água completa de desilusão.
Sou triste e me sinto árvore. Não tenho raízes e estou prestes a ser esmagada, cortada, arrancada. Estou dilacerada. Do fundo do lago, do abismo, de minha boca, saem bolhas de silêncio. Em meus olhos, o crepitar se cala, o espaço umedece e o fogo de minha pele se extingue.
Estou sozinha. A madeira em mim se quebra. Ouço um zumbido. Estou cansada.
Meus ossos partidos riem do músculo frágil, da alma escassa e de meu órgão, que não quer palpitar. Agora, sou invertebrada. Sou volúpia, sangue e nada. Meu corpo dói e meu coração não existe, não pulsa. Melhor assim. Proteção. Sangrar sem dor e sem amor.
O zumbido que não para, penetra em meus ouvidos e em minhas entranhas... Estou sozinha, estou cansada e há um inseto.
Minhas asas estão grudadas, estou no fundo do lago lodo poço. Tento respirar e encontrar a superfície, tento encontrar uma saída. A luz clara está acima, a película transparente de azul claro, ainda está distante. O calor aperta, minha febre sobe.
Quero um último suspiro, mas o zumbido... O último suspiro deve ser como um zumbido retilíneo, baixo, uniforme e prolongado... Deve ser como um inseto doente. Estou cansada, estou sozinha.
O quadro de água de cristal se reflete em meus olhos secos, fixos, duros e está impregnado em meu espírito marejado de suor. Eu tento sair, mas o percurso é longo e parece que não se completa, se dilata e perdura no tempo... Vejo o céu, a cerejeira e o inseto a dar voltas. Ouço o barulho, sinto a febre.
Quero desistir, mas ele ainda pulsa. O órgão.
Num inesperado impulso líquido, involuntário, rápido e inverossímil, de corpo desfigurado e alma sem desenho, nado; largo as asas de anjo mutilado e chego à superfície, chego ao quadro de cristal. Estou sem ar, respiro. Outra vez e sempre.
Por que volto? Por quê? Deixem-me em paz de lagartixa fria, seca e transparente. O instinto não me deixa ir. Gostaria de poder parar. Isso dói. Mas tenho que continuar pulsando para me dilacerar outra vez.
Meu corpo invertebrado, molhado, como lei de Sísifo, outra vez, repleto de lodo, de sangue fria, de repteis dilacerados, de garças comidas,de algas sem vida e gravetos queimados, respira novamente o ar que machuca. Sente a dor louca, o impulso da árvore partida, os músculos soltos, os ossos quebrados e a alma sem destino.
Respiro com dificuldade. Estou arfando, deitada e empalhada, cheia de sapos ao meu redor. Vomito insetos na floresta seca, ao lado do lago lodo fundo, onde não me afoguei. Há muitos besouros e me sinto invertebrada. Meu corpo não se mexe. Pulsa, mas não continua.
Prendo a respiração. Sinto que sufoco. Então o silêncio que digere as mágoas e deixa os insetos morrerem de fome, começa a produzir um zumbido retilíneo, baixo e uniforme. Meus poros queimam e as plantas carnívoras começam a abrir-se para si mesmas.
Dessa forma, os dentes e as bocas digerem a madeira de meus órgãos, o corpo se inflama, pára. A floresta queima, a água seca, os ossos derretem e o cristal se liquefaz.
Há um zumbido...
por Nathalia Lorda
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Supondo que são crianças
Supondo que caem
Supondo que adoecem
Supondo que ano passado morreu um menino saharaui no mar
Supondo que tudo pode acontecer
Supondo que estão longe de casa
Supondo que sentem falta da mãe
Supondo que sentem falta do pai
Supondo que sentem falta
Supondo que não sei rezar
Supondo que Nana não acorda
Supondo que Nana tem 7 anos
Supondo que tem 39,7 de febre
Supondo que treme
Supondo que começa um convulsão
Supondo que tem uma infecção na gengiva séria
Supondo que se sente só
Supondo que está com medo
Supondo que eu não sou mãe
Supondo que eu não médica
Supondo que não sou enfermeira
Supondo que esqueço tudo e faço
Supondo que coloco toalha fria no corpo, no rosto
Supondo um ducha fria
Supondo que ano passado morreu um menino
Supondo que sou responsável por eles
Supondo que estou desesperada
Supondo que são 2h da manhã
Supondo que a febre continua 39
Supondo que supositório
Supondo que não sei por isso
Supondo que olho pra ela e a bunda olha pra mim
Supondo que são 4h da manhã
Supondo que a febre agora é 38
Supondo que penso em pipoca e mel
Supondo que canto em volta da cama
Supondo que espero Omulu
Supondo que toca o telefone
Supondo que são 6h30
Supondo que a febre agora é 37
Supondo que me acalmo
Supondo que penso em como é árdua a vida dos pais
Supondo o sol que bate forte na janela
Supondo que esqueço tudo o que fazia
Supondo que pela primeira vez encontrei um outro
Supondo que assim somos.
quinta-feira, 28 de julho de 2011
pulso
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